domingo, 11 de dezembro de 2011

Articulação do Modulo três( Política Publica e Raça) com a criação dos Planos de Ação

 

Nesse modulo usaremos os textos do modulo três para criarmos alguns planos de ações que poderá contribuir com conscientização negra e minimizar o racismo em nossa sociedade.
Conforme os textos, raças e racismo foram produto de estudos e da ciência, mas também foi motivação  para extermínio,ódio racial, escravidão e segregação. Racismo e raça tiveram “embasamento” científico e “ respaldo” na antropologia, compreendendo que a raça “original” e “pura” era os europeus e que as demais eram primitivas.Porém ao longo da história, com as independências das colônias e o reconhecimento da história e cultura dos colonizados, a antropologia transformou-se, passando a valorizar e focar a etnicidade e identidade, avançando as discussões e os posicionamentos de raça e racismo, valorizando as histórias e cultura de cada etnia, vendo-os como parte da historia e não como primitivos. Um ponto de inflexão importante na construção da ideia de raça se encontra na transformação da percepção sobre os/as judeus/judias na Europa, a partir do início do século XV. Os/as judeus/judias passaram a ser discriminados/as não somente como um grupo religioso divergente do cristianismo (a “casta deicida”, como eram caracterizados no período medieval), mas também a ser vistos/as progressivamente como uma raça.
Entre os séculos XV e XVI, na Península Ibérica, na esteira da conversão forçada dos judeus ao cristianismo, a promulgação do “Estatuto da pureza do sangue” permitiu a manutenção de um sistema de segregação que era antes baseado apenas na filiação religiosa.
Emergiu assim um antijudaísmo de cunho racial e politicamente operativo, distinto do antijudaísmo de caráter exclusivamente religioso.
A idéia de sangue impuro, de transmissão de vícios por intermédio do sangue e da descendência (e mesmo pelo leite de amas judias), deu origem a um protorracismo ocidental e intraeuropeu. Embora costume-se distinguir o racismo antissemita de outros racismos, pelo não recurso ao fenótipo (aparência), com a idéia de “sangue” introduz-se a noção de determinismo hereditário, típico do racismo.
os outros textos vão evidenciar como após a abolição da escravatura, raça passou a ser um problema no Brasil, negros/as e mestiços que já eram vistos como “inferiores” não tiveram chance no mercado de trabalho, que estava aberto preferencialmente aos imigrantes europeus, uma vez que as pessoas brancas eram vistas como “superiores” aos negros/as e mestiços, e com isso buscava-se o embranquecimento da nação.
Porém na década de 30 com o início da industrialização, nosso país começou a repensar sobre sua representação transmitindo assim a imagem de “ harmonia entre as raças” onde a convivência se dava sem nenhum tipo de conflito, houve a aceitação da cultura negra e até mesmo representatividade do que há de mais brasileiro, acreditando-se na democracia racial.
Porém vimos que haviam denúncias que o Estado não ofereceu nenhuma ajuda para inserir negros e mestiços no mercado de trabalho e até mesmo a restrição de acesso a lugares públicos. Mediante a leitura dos textos entendemos que o Brasil possui uma “racismo cordial” entre negros/as e brancos/as, mestiços e classes.
Também podemos observar que  as desigualdades raciais obtiveram queda, mais em alguns aspectos essa desigualdade ainda são marcantes e podemos ver que cor/raça interferem sobre alguns espaços.Na educação vimos que divido as políticas de inclusão no sistema universitário, o ingresso de negros/as e pardos/as aumentaram significativamente, no entanto durante o ensino fundamental e médio a permanência desses grupos é baixa. No mercado de trabalho, vimos através dos gráficos que a inserção no mercado de trabalho do grupo branco é maior entre assalariados/as e que a participação dos grupos preto e pardo entre os assalariados sem carteira é muito maior, mesmo com o crescimento educacional dos negros /as estes ainda são discriminados pela sua cor/raça impedindo a ascenção de cargos mais valorizados. As desigualdades, permeiam ainda em cor/raça e gênero, vimos que as mulheres negras, mesmo alcançando um grande avanço educacional, a concentração para melhores ocupações são para as mulheres brancas, ao passo que as mulheres negras de classes mais pobres estão ligadas a prestação de serviço em industrias e a serviço doméstico. Portanto que as desigualdades raciais conforme os textos se dá, por cor/raça e gênero e também por classes, mas que houveram mudanças para diminuição dessas, principalmente através da educação que é crucial para não reprodução dessas desigualdades.
E nos últimos textos nos mostram a formação e a evolução do movimento negro no Brasil, e Consequentemente a luta das mulheres negras em seus movimentos sociais. O movimento negro, surgiu no inicio do século XX suas formas concretas de manifestações contra o preconceito eram através dos jornais e associações que com o tempo se posicionaram com objetivos de integrar os negros/as , esses espaços tinham como objetivo: Socialização sem constrangimentos e discussão sobre situações preconceituosas vividas pelos próprios membros através de jornais que circulavam dentro dessas mesmas associações denunciando os preconceitos. Com o tempo o movimento negro passou a atuar em grandes áreas, tais como educação, saúde, trabalho e etc. Levando suas reivindicações diretas para o Estado, ato que se deu através do novo perfil de militantes do movimento negro. Portanto o movimento negro cresceu e continua lutando em favor da criação de políticas públicas para redução das desigualdades.
Analisando esses textos as alunas Ana Maria, Axia, Damares e Kenia criaram alguns planos de ações que irá minimizar essa situação em nossa sociedade principalmente em cidades que são consideradas de pequeno porte por não ter a indústria como sua fonte principal de renda, que acaba sendo o caso da cidade de Mantenópolis. A primeira pensou em um “Centro de Promoção da Cultura e da Raça Negra” no qual o objetivo geral é valorizar tanto a cultura como os valores da raça negra, contribuindo assim para que a sociedade de forma geral perceba que somos um país mestiço de cultura, valores e raças. A idéia não é somente fazer com que a sociedade valoriza a cultura e a raça negra, mas também fazer com que o próprio negro que não valoriza sua cultura e não conhece suas origens, passe a conhecê-las e as valorizar. Já a segunda aluna criou a “Noite de Talentos da Consciência negra” que visa despertar nos alunos seus talentos enfatizando a cultura afro-descendentes, contribuir para conscientização das pessoas a importância da projeção histórica dos afro-brasileiros em nosso país. A terceira criou Consciência negra o ano todo no qual a ação planejada está relacionada com as escolas públicas de Mantenópolis, buscando promover um espaço cultural para trabalhar expressões da arte e cultura negra abordando temas como: a capoeira, com apresentações de coreografia de grupos locais; a musicalidade, com apresentação de músicas relacionadas com a cultura negra; teatro, com interpretações teatrais da cultura africana, entre outros, atingindo alunos de todas as idades. E a ultima criou “O Desperta da Consciência negra através da  dança”que visa despertar nas pessoas o interesse de conhecer a importância dos afro-descendentes na construção da cultura do povo brasileiro, e como a dança intensificou isso até os dias atuais, e conscientizá-los da diversidade cultural existente em nosso pais.
Percebem que todos os planos de ação são sempre focados na valorização da cultura negra em nosso país, pois sabemos que nosso Brasil é um país com uma diversidade cultural gigantesca e temos herança africana em cada estado, é preciso de ações como essas para valorizar as mesmas. Mantenopolis faz parte do estado Espírito Santo e ele foi uma das regiões do país que teve forte atuação do trabalho escravo em sua colonização, e é claro que esse não reconhecimento e valorização dos negros também passaram de geração em geração nesse estado. E nós sabemos que o país tem uma dívida com o povo afro-descendente, que após a abolição da escravidão ficou sem garantia nenhuma de sobrevivência. E nossos planos foram criados para valorizar a população afro-descendente que contribuiu de forma significativa para criação do nosso país.